A instabilidade econômica do país tem mudado o comportamento do brasileiro e suas formas de consumo. Realidade financeira que vem transformando também a atividade publicitária nacional e fortalecendo agências de propaganda de cidades do interior de São Paulo.

Segundo o último levantamento da FENAPRO – Federação Nacional das Agências de Propaganda – são mais de sete mil empresas no ramo que atuam fora das grandes capitais. Pelo menos metade está no interior de São Paulo. Com custos fixos mais baixos e qualidade nos serviços, agências instaladas em cidades como Araçatuba, Sorocaba, Ribeirão Preto e Marília conseguem ganhar contas que antes procuravam as grandes líderes do mercado.

Ainda de acordo com a federação, atividades industriais e agrícolas do interior também têm impulsionado os trabalhos. É o caso da Neoplan Propaganda & Marketing, de Araçatuba, no noroeste do estado. A agência conseguiu recentemente a conta e a coprodução do SeedsApp –um aplicativo que traz informações sobre o cultivo de milho, soja, trigo e sorgo. No aplicativo os produtores podem trocar informações sobre o plantio e produtividade das sementes, melhorando o desempenho no campo.

Para o diretor de atendimento da Neoplan, Fernando Prudêncio, trabalhar o agronegócio aliado à tecnologia está abrindo um novo mercado pra agência.

O SeedsApp nos abriu um nicho mais estratégico em relação a aplicativos. Trabalhar e participar do desenvolvimento dele é um desafio, pois se trata de um aplicativo robusto, com alto volume de data base e pertencente a um segmento que não se encontra em crise, o agronegócio.”

Sobre a escolha da marca por uma agência do interior, Fernando ainda destaca algumas vantagens.

O interior de São Paulo é um celeiro de grandes universidades e isso gera um processo migratório da capital pra cá. Por aqui temos agências de qualidade, com bons profissionais e com custo fixo operacional bem inferior se comparado a capital. Isso é muito atrativo para o mercado. Hoje além do agronegócio, nós atendemos mais de 25 clientes de vários segmentos como alimentação, construção civil, educação. E a expectativa é de mais crescimento pra esse ano.”